sábado, 7 de agosto de 2010

As Dimensões da Exclusão Social

Os principais aspectos em que a exclusão se apresenta dizem respeito à falta de acesso a emprego, a bens e serviços, e à segurança.

São dimensões estratégicas de análise, consideradas pelo conceito de exclusão social: a falta de recursos sociais, políticos, culturais e psicológicos.

“Pode-se dizer que a exclusão social se exprime em seis dimensões principais do quotidiano real dos indivíduos, ao nível do ser, do estar, do fazer, do criar, do saber, e do ter.

Do ser, ou seja da personalidade, da dignidade e da auto-estima e do auto-reconhecimento individual;
Do estar, ou seja das redes de pertença social, desde a família, às redes de vizinhança, aos grupos de convívio e de interacção social e à sociedade mais em geral;
Do fazer, ou seja das tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a forma de emprego remunerado (uma vez que a forma dominante de reconhecimento social assenta na possibilidade de se auferir um rendimento traduzível em poder de compra e em estatuto de consumidor), quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado;
Do criar, ou seja da capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir e concretizar projectos, de inventar e criar acções, quaisquer que elas sejam;
Do saber, ou seja do acesso à informação (escolar ou não; formal ou informal), necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à sociedade e ao ambiente envolvente;
Do ter, ou seja do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de consumo médios da sociedade, da capacidade aquisitiva (incluindo a capacidade de estabelecer prioridades de aquisição e consumo).

A exclusão social é, segundo esta leitura, uma situação de não realização de algumas ou de todas estas dimensões. É o não ser, o não estar, o não fazer, o não criar, o não saber e/ou o não ter.”

(Fonte: ISTA)

5 Comments:

Rafeiro Perfumado said...

E exclusão social é um flagelo um bocado à semelhança do aquecimento global. Todos sabemos que existe, sabemos que vai trazer consequências nefastas mas nem por isso fazemos tudo o que é necessário para o evitar. E contra mim falo.

poetaeusou . . . said...

*
gostei do texto,
sentido, profundo,
acontece, porém,
que é prioritário discutir
as causas da não inclusão,
pelo facto da exclusão, os
atingidos já as conhecerem
de cor e salteado . . .
,
conchinhas floridas, deixo,
,
*

mdsol said...

:))

xistosa, josé torres said...

E não acabará, jamais, com estes políticos apoltronados ao poder e ao dinheiro.
É que as desigualdades sociais, "fazem falta" para o bem-estar do ego de muitos curiosos politiqueiros.

Também seria utópico pensar que um dia a sociedade acolhe todos com direitos (políticos e civis) iguais.
Não seria uma monotonia?

Quero agradecer a visita à minha casa.
Quero dizer, não deveria agradecer algo que não pedi ... (rsss, rsss, rsss).
Estou com um problema bastante grave no portátil (o antivírus - BitDefender, bloqueia e pára-me o computador), não me deixando sequer "navegar"..
Os últimos tempos têm sido penosos e tornaram-me malandro, porque não escrevendo "de seguida", perco o ritmo.
Vou tentar regressar.

Cumprimentos e um bom fim de semana que se aproxima.

Manuel Rocha said...

Sabes, por vezes tenho a sensação de que para sermos mais consequentes no contributo para resolver os problemas que aqui vens denunciado, nos faria falta uma perspectiva completamente inovadora sobre eles. Esta sistematização que aqui deixas bebe da mesma nascente de um certa propensão institucionalizadora que pode bem ser ela propria um problema de pobreza.

Saudações !

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