sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O vírus da anti-solidariedade


"Somos portadores de um vírus altamente perigoso para nós e para a sociedade. É o vírus da anti-solidariedade.

Quem o disse foi o cardeal Tettamanzi – um homem que sabe do que fala, porque foi arcebispo de Milão, uma das maiores dioceses do mundo. Esteve esta semana em Fátima para nos despertar para as coisas essenciais.

O vírus da anti-solidariedade faz com que cada um viva como se estivesse numa ilha deserta, à maneira de Robinson Crusoé. Como se nunca tivesse sido gerado por ninguém e pudesse viver, crescer, aprender, trabalhar, amar e sofrer sem nunca fazer referência a outros.

Aliás, o cardeal Tettamanzi recordou com fina ironia que a aventura de Robinson Crusoé acaba mal, porque quando encontrou um seu semelhante fez dele escravo…

Numa sociedade em que as relações são cada vez mais inconstantes e superficiais, é pois indispensável reconhecer a objectiva interdependência entre cada um de nós e o outro. Sob pena de deixarmos de ser humanos."

Aura Miguel

5 Comments:

Sara S. said...

Esperava outro conteúdo da notícia, mas concordo com o que foi dito. Por exemplo, é verdade que os meios tecnológicos facilitam muito a comunicação e a transmissão de pensamentos, se assim não fosse não poderia expressar aqui a minha opinião. Mas afasta-nos da realidade e fecha-nos em caixas, em rectângulos, em sucessões de imagens, cliques de teclas ou ratos com fio. E perdemos assim o contacto humano.
A forma como a sociedade está estruturada e as supostas crises que a atormentam, também quase que obrigam a jogar sujo, a passar por cima de todos, a uma competição desleal em vez da mão amiga para ajudar a subir.
Acho que a modernidade nos fez esquecer esse lado, mas felizmente, esta não é uma situação geral. Felizmente ainda há pessoas de bom coração que reconhecem a interdependência. Beijinhos

alf said...

Parece que toda a gente se queixa de falta de solidariedade. Jesus (e eu não sou «crente») deu a solução: ama o outro.

A solidariedade não é uma coisa que se recebe, é uma coisa que se dá; quando somos solidários com os outros, os outros respondem-nos com a sua solidariedade.

O problema de quem está só, carente, é que tem dificuldade em dar sem esperar receber algo em troca; se o conseguir fazer, receberá mais do que deu.

Mas não é fácil - é como pedir a quem tem fome que partilhe o parco pão que arranjou com outros que não têm fome; mas esse é caminho

alf said...

um pensamento a propósito: tenho verificado que muitas pessoas pensam que as ideias de Jesus são boas para «ganhar o céu» mas algo impróprias para se viver na Terra; que são uma espécie de imposição de um Deus com um bocado de mau feito e muito carente de afecto e admiração.

Ora é exactamente o contrário, a mensagem de Jesus é para «ganhar a Terra», para sermos felizes na Terra. Como é aliás óbvio, mesmo para um crente, pois a mensagem do seu Deus só podia ser uma mensagem para ajudar as pessoas a serem felizes, que mais poderia ser???

fa_or said...

SIM, a harmonia na Terra depende do Amor.

Amor que vai para além dum sentimento... muito mais do que um sentir, é uma vontade, um querer.

Amor que, no geral, se afasta tanto do que as pessoas o pensam, o experimentam, o dizem...

"Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós", é a expressão mais completa do Amor.

Mas Jesus disse ainda mais: "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam." (Lc. 6,27)

Já pensaram como este nosso mundo que habitamos seria um lugar tão diferente se fosse assim?

Mas como o nosso amor que (não)ousamos se afasta tanto disso!


Obrigada a todos vós, amigos!

Anónimo said...

Nossa que lugar maravilhoso, parabéns pelo site, vamos unir forças para ajudar a nossa mãe Terra...
Abraços Fraternos...

Mensagens mais pesquisadas aqui no blogue