quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Mercados Solidários, Mercearias Solidárias e Lojas Sociais

As desigualdades sociais e o desemprego estão a tornar as vidas das pessoas cada vez mais complicadas ao nível económico e social, o que as leva a procurar intensivamente respostas e formas alternativas organizacionais.

Entre estas formas alternativas encontramos os Mercados Solidários, que são espaços de trocas com recurso a moeda social (uma moeda fictícia criada para o efeito). Os participantes nestes mercados são, simultaneamente, produtores e consumidores, trocando entre si bens e serviços que produzem ou prestam - produtos agrícolas, trabalhos manuais, bolos por eles produzidos, e até, por exemplo, massagens e outros serviços de cabeleireira, manicura, entre outros.
Estas trocas permitem assegurar às pessoas um rendimento e acesso ao consumo, ajudando a garantir rendimentos, consumo e qualidade de vida e garantindo também a sua participação activa numa vida digna, tornando-se assim as comunidades mais democráticas, participativas e inclusivas.
Quantas mais pessoas participarem, mais variedade de produtos vai existir e mais atractivas se tornam as trocas.
O uso da moeda social permite ultrapassar as limitações da simples troca directa, uma vez que quem necessita de alguma coisa nem sempre pode oferecer algo em troca à mesma pessoa a quem vai adquirir o produto; e os bens e serviços trocados nem sempre têm valor equivalente. Facilita, assim, as trocas e valoriza as capacidades e competências dos intervenientes de uma dada comunidade.

De modo semelhante surgem as Mercearias Solidárias. Estas são lojas comunitárias, que consistem, também, num sistema de trocas de artigos e serviços, mediado por créditos (a moeda social). Abertas diariamente, contam também com um espaço de convívio/informação, com o intuito de criação de laços sociais, apoio às famílias, formação…

Estas alternativas fornecem os produtos, bens ou alimentos a valores bastante mais baixos que num mercado normal, tornando-os mais acessíveis às pessoas com mais dificuldades.

Já as Lojas Sociais são bancos de bens, novos ou usados, por exemplo vestuário, calçado, mobiliário, electrodomésticos, ou, até, alimentos, doados por particulares ou empresas, com o objectivo de suprir as necessidades imediatas de famílias carenciadas.
As Lojas Sociais surgem como uma estratégia de desenvolvimento social integrado, direccionado à população mais vulnerável, que por este meio pode ter acesso a determinados bens, a título gratuito, conforme as suas necessidades imediatas.

5 Comments:

Utilia Ferrão said...

Gostei de ler
Abraço
Utilia

Anónimo said...

Aqui fica um prémio como reconhecimento da mensagem deste blogue e da sua acrescida mportância na actual situação económica portuguesa, por parte do "Comprar Local e Nacional... Reinvestir em Portugal".

http://reinvestir-portugal.blogspot.com/2010/11/premio-dardos.html

Manuela Araújo said...

Olá MaFaR
Estas lojas ou mercearias solidárias deviam existir em todas as cidades, e nas grandes, muitas!

Há tantas coisas que podem ser reutilizadas, trocadas ou dadas, ajudando os outros (e cada vez há mais gente a precisar) e o ambiente, e estas lojas facilitam muito este espírito.
Em V.N. Famalicão está para abrir uma em breve, promovida pela Câmara.

Gostei muito do artigo. Um abraço

O Puma said...

Se não é o povo a ajudar o povo

quem ajuda?

Entretanto urge que o povo
abra os olhos nas urnas eleitorais

fa_or said...

Loja solidária da Cáritas em Carnide:

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=632658&tm=8&layout=122&visual=61

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